“Eu sou aquele, que passados
anos
cantei na minha lira maldizente
torpezas do Brasil, vícios, e enganos”
Esse era Gregório de Matos Guerra,
o “Boca do Inferno”. Com seu
espírito crítico, satirizava políticos, comerciantes, clero, colonizadores e
até mesmo o povo. Para isso, usava palavrões e um vocabulário bem baixo em suas
obras.
Nasceu supostamente em 7 de abril de 1633 na Bahia e morreu
em Recife em 1696. Veio de uma família rica que possuía dois engenhos de
cana-de-açúcar e 130 escravos.
Educou-se em casa e no colégio jesuíta. Formou-se em Direito na
Universidade de Coimbra e lá exerceu a profissão sendo, inclusive, juiz
de órfãos.
Em 1681, quando voltou para o Brasil, foi vigário-geral e
tesoureiro-mor, porém, durante este período recusou-se a usar a batina e
denunciou injustiças da Ordem em que servia. Por causa disso, o Bispo
ordenou seu afastamento.
Escreveu poesia lírica, satírica e religiosa. Suas poesias satíricas
possuem um ótimo material do ponto de vista sociológico e lingüístico
(já que o autor usava um vocabulário bem popular). Nelas o escritor
narra episódios da vida popular, cotidiana e política. Através delas
podemos conhecer melhor a sociedade da época (período colonial).
A poesia lírica de Gregório de Matos também é muito boa e pode ser dividida em:
- Poesia lírico-amorosa
- Poesia lírico-filosófica
- Poesia lírico-religiosa