Padre Antônio Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, e representa, sem
dúvida, a maior expressão da eloqüência sacra de Portugal e um dos
maiores escritores de seu século. Foi para a Bahia, ainda pequeno, onde
recebeu ordenação sacerdotal e começou a atuar na Companhia de Jesus,
que era um movimento cristão de catequização indígena, que discriminava a
escravidão pelos colonos, ao mesmo tempo que também utilizava a
mão-de-obra indígena.
Antônio Vieira se destacou por ser um pregador facundo,
principalmente no que diz respeito aos seus sermões. A respeito destes
últimos, eram impregnados de filosofia, o que o levava a se considerar
um filósofo que tratava apenas de assuntos cristãos. Por algum tempo
esteve politicamente envolvido com a Inquisição, período no qual foi
acusado até mesmo de traição por defender, além dos índios, os novos
cristãos, principalmente os judeus. Sofreu condenação, dita como branda,
por parte da Inquisição: ficou preso por dois anos (1665-1667) e foi
impedido de dar palavra. Vieira usou seu dom da retórica para falar com o
papa a respeito desta condenação, o qual o absolve de toda censura
ainda existente. Logo após, Antônio Vieira foi a Roma, onde assumiu
novamente seu papel oratório. Em 1681, decidiu regressar ao Brasil, onde
faleceu, em 1697, no Colégio da Bahia.
Podemos dividir a obra de Padre Antônio Vieira em:
• Profecias: constituintes de três obras: História do futuro, Esperanças de Portugal e Clavis prophetarum.
• Cartas: são cerca de 500 cartas, que tratam de assuntos sobre a
relação de Portugal e Holanda, a Inquisição e os cristãos-novos. São
tidos como documentos históricos importantes, já que tratam das diversas
situações sócio-políticas da época.
• Sermões: são aproximadamente 200 sermões, com estilo barroco
conceptista, que trata o assunto de maneira racional, lógica e utiliza
retórica aprimorada. Um dos seus sermões mais conhecidos é o “Sermão da
Sexagésima”, o qual é metalingüístico, já que tem como tema a própria
arte de pregar. Além deste, temos: Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, Sermão de Santo Antônio e Sermão aos peixes.
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